Em visita técnica realizada no dia 22/07/2009 pela comissão formada por representantes da Prefeitura Municipal de Rosana (Divisão de Agricultura através de seu diretor Nelson Bispo e Secretaria de Turismo e Meio Ambiente através de seu diretor Milton Paulo Maleski), Câmara de Vereadores, ITESP, Banco do Brasil e Associação de Assentados da Gleba XV de Novembro, foi verificada a possibilidade de implantação deste projeto no município de Rosana-SP. A propriedade Chácara São João, de 5 alqueires é localizada entre os municípios de Santo Antonio do Caiuá e São João do Caiuá no estado do Paraná, pertencente a Srª Sônia Regina da Silva dos Santos. O projeto iniciou-se no ano de 2003 por iniciativa da Srª. Sônia que já era produtora de leite anteriormente e contou com o apoio técnico da Confepar, à época produzia entre 90 a 180 litros de leite/dia (média de 5,4 litros/cabeça) com um plantel de 25 cabeças de gado. Atualmente a produção está em 900 litros de leite/dia (média de 14,0 litros/cabeça) com um plantel de 64 cabeças de gado leiteiro das raças Simental, Girolando e Holandês, utilizando a técnica de inseminação artificial para reprodução e repasse com um touro da propriedade para garantia de prenhês. Os piquetes estão divididos em porções de 600 metros², sendo que o gado troca de piquete todos os dias, evitando o pisoteio e consumo de pastagem a níveis elevados. Irrigação: Foi aberto um poço semi-artesiano (custo de R$ 35.000, poço e painel elétrico) de 120 metros de profundidade, com capacidade de escoamento de 70.000 litros de água/hora (custo da outorga para uso da água R$ 300,00), para tanto foi adquirido uma bomba elétrica de 27,5 cv para abastecer o sistema de irrigação (malha) por aspersão, com possibilidade de irrigar ao mesmo tempo 4 alqueires de pastagem. O custo para montar este sistema de irrigação atualmente é de aproximadamente R$ 8.000,00/alqueire . Existe também na propriedade outro poço de menor capacidade 6.000 litros de água/hora (custo de R$ 7.000,00) que segundo Srª. Sônia é o ideal para inicio de projetos de leite. O gasto de energia elétrica varia entre R$ 70,00 a 190,00/mês dependendo da época do ano (estação das águas/seca). Correção do solo: através de amostras de solo, foi corrigido a acidez através de calagem e adubação necessária para correção de deficiência de micro e macro-elementos, e todos os anos é refeito a adubação de manutenção sobre a pastagem formada, além disto usa-se cama de frango (R$ 80,00/tonelada) ou esterco puro de galinha (R$ 140,00/tonelada). Pastagem: A Srª. Sônia após experimentos na prática, optou por usar como cobertura vegetal as seguintes capineiras: mombaça, tifton e estrela. Que demonstraram ter boa formação, uniformidade, suporte ao pisoteio e rápido desenvolvimento de massa vegetal após o pastejo pelo gado. Reforçou ainda a necessidade de roçadas periódicas para manter as pastagens. Preço do leite: Srª. Sônia entrega toda produção de leite à Confepar, que paga R$ 0,82 centavos/litro de leite, mais o retorno do crédito de ICMS (incentivo do estado no Paraná) que corresponde a R$ 0,07 centavos/litro de leite, perfazendo o preço final pago pelo litro de leite em R$ 0,89. Armazenamento do leite: todo leite ordenhado no dia é mantido em resfriador com capacidade para até 2.000 litros, que é coletado a cada dois dias. Ordenha mecânica: tem capacidade para ordenhar simultaneamente 4 vacas (preço da ordenhadeira e do transferidor de leite R$ 6.000,00), e o tempo necessário para esta operação é de uma hora e quarenta minutos para 64 cabeças, reforçando o fato de que são feitas duas ordenhas (uma de manhã e outra à tarde). No ato é servido ração balaceada (com 20% de proteína bruta ao custo de R$ 24,80/saco de 40 kg) e quebrado de soja no coxo da sala de ordenha, onde a Srª. Sônia enfatiza que disponibiliza o excedente de alimento às vacas com maior índice de produtividade leiteira. Sala de ordenha: é composta de um barracão coberto de dimensões: 6 metros de largura x 7 metros de comprimento, piso cimentado e fosso de 0,95 metros de altura localizado ao centro da sala de ordenha, com recuo para os pés do ordenhador no piso inferior, com relação aos coxos, devem estar localizados a uma altura de mais ou menos 0,40 mts para evitar competição entre as vacas. Mão de obra: Srª. Sônia e duas filhas (18 e 11 anos respectivamente) contratou um funcionário fixo recentemente e há ainda um estagiário do Curso Técnico Agrícola ajudando no manejo (temporário). Plantel de vacas leiteiras: adquiriu recentemente 10 vacas ao preço de R$ 2.000,00 cada uma e produtividade média de 30 litros de leite/dia de um produtor de Tamboara-PR. Nutrição animal: como complemento ao pastejo rotacionado usa-se polpa cítrica (R$ 450,00/caminhão de 22 toneladas); massa de mandioca (R$ 350,00/caminhão), cana de açúcar picada e quebrado de soja, além de suplemento mineral mais a uréia pecuária, possibilitando fornecimento extra de alimentos na proporção de 28 a 30 kg/cabeça/dia. Receita: Srª. Sônia informou que dentro do custo mensal da atividade leiteira sobra 30% de lucro liquido. Considerações finais da Srª. Sônia: para se iniciar a atividade leiteira, é necessário empenho e dedicação, demonstrar perseverança ao buscar o objetivo a alcançar, e que hoje sem o uso de irrigação poderia produzir 500 litros de leite/dia simplesmente se beneficiando das divisões em piquetes, uma área de reserva com napier e outra de cana de açúcar para a estação da seca nos meses de inverno. |